A Polícia Civil do Piauí, por meio do 1° Distrito de Picos, e em conjunto com a Delegacia Regional, concluiu o inquérito sobre o acidente envolvendo o empresário P.R. de A., e que culminou com a morte de um jovem de 23 anos, identificado como José Ivan dos Santos Sousa Filho, e sua esposa, Rafaela Pereira, de 27 anos, que permaneceu internada por 11 dias na UTI do Hospital Regional Justino Luz de Picos.
O acidente aconteceu na manhã do dia 26 de maio, na BR-407, nas proximidades da subestação. O indiciado dirigia seu veículo, embriagado, e, ao tentar uma ultrapassagem em trecho proibido, colidiu contra o casal que seguia em direção à feira do bairro Junco naquela manhã.
De acordo com a delegada Laura Carneiro, cerca de 30 vídeos foram colhidos durante o inquérito e comprovam que o empresário havia ingerido bebida alcoólica desde a tarde do dia anterior, em uma festa realizada no Espaço Fátima Sá, e durante a madrugada, na casa de um amigo.
No interrogatório, o indiciado não respondeu a nenhuma das perguntas, mantendo seu direito de ficar em silêncio e que responderias apenas em juízo.
Além de homicídio doloso – pois mesmo sem intenção de matar, ele assumiu os riscos -, P.R. foi indiciado por omissão de socorro às vítimas. Segundo o inquérito, após atropelar o casal, o motorista andou por cerca de 200m e só parou o veículo porque a roda dianteira rasgou e fez com que o veículo não desse prosseguimento.
As duas vítimas foram arremessadas uma a 31 metros e outra a 28m de distância do local onde houve o impacto. Ambos deram entrada com vida no hospital, mas Ivan faleceu momentos depois, por perder muito sangue. Já Rafaela passou por várias cirurgias e veio a óbito 11 dias depois.
Outro ponto concreto da investigação aponta que o empresário também não acionou o socorro, mas ficou dentro do veículo por cerca de 10 minutos, aguardando a chegada da família. O socorro para as vítimas chegou apenas após populares acionarem o SAMU.
A Polícia derrubou, ainda, informação de que o indiciado teria dado entrada no Hospital Regional de Picos por conta da pancada na cabeça e que, por isso, não prestou socorro às vítimas. Segundo o inquérito, em nenhum momento ele adentrou na unidade de saúde.
23 testemunhas estão arroladas no caso e foram ouvidas pela Polícia Civil. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do empresário ao Ministério Público que acabou, contudo, a Justiça decidiu negar o pedido e agora ele segue respondendo em liberdade.
A justiça impôs apenas algumas medidas cautelares aí indiciado, como suspensão da CNH por um ano e não poder sair de Picos pelo prazo de 10 dias.