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27 de junho de 2025
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Pedreiro é preso por engano após ser confundido com foragido por homicídio

Central de Flagrantes, em Teresina - Foto: Divulgação/SSP

Izaías Alves de Araújo, de 36 anos, foi preso indevidamente na última sexta-feira (28), em Teresina, por ter o mesmo nome de um homem acusado de homicídio. O pedreiro foi abordado por policiais enquanto estava na Vila São Raimundo, Zona Sudeste da capital.

“Eu estava com os amigos. E aí quando eu penso que não, aparece uma viatura aqui disfarçada e pergunta se meu nome é Izaías Alves de Araújo. Eu falo a realidade, que sou eu. Aí eles dizem: ‘pois vamos ali, Izaías, que eu estou com mandado de prisão para você’. E aí quando chegar lá a gente explica a situação. Aí, eu, como inocente, entrei no carro e fui mais eles”, conta o autônomo.

A irmã de Izaías denuncia que, desde o início, o mandado de prisão apresentava inconsistências. As informações pessoais do foragido não conferem com as de Izaías que foi preso, como RG, nomes do pai e da mãe e o próprio endereço. Ainda segundo a irmã, Izaías foi algemado e dividiu uma cela com outras quatro pessoas. Passou toda a madrugada preso e foi solto no dia seguinte, às16h, após audiência de custódia.

“Ele foi junto com o policial para a Central de Flagrantes. O delegado que estava de plantão na sexta-feira não pegou esse papel para ler e nem pegou meu irmão para sentar perto dele, conversar com ele e checar o que estava acontecendo. Então, simplesmente, meu irmão passou o dia e a noite na Central de Flagrantes, passou por audiência de custódia. Se nós não tivéssemos pago um advogado, até hoje ele estava pagando por uma coisa que ele não deve. Ele estava algemado. Chegou para a audiência de custódia algemado. Um cidadão brasileiro passar por isso, uma coisa que ele não deve à Justiça, não deve nada”, argumenta.

Durante a audiência de custódia, a advogada criminalista Valquíria Castro conseguiu comprovar que o pedreiro não era o verdadeiro procurado.

“A autoridade policial competente para o cumprimento do mandado de prisão não se atentou para a filiação e para o RG, que não correspondiam nem com a identidade do preso que eu estava acompanhando. No setor de identificação, na Central de Inquérito, foi possível identificar que as fotos do Izaías que estava preso com o Izaías que estava sendo procurado pela Justiça não correspondiam, porque um tem inúmeras tatuagens e o outro não tem nenhuma tatuagem. Então, as suas características físicas também eram divergentes”, explica a advogada.

Após o episódio, Izaías, que é pedreiro, teme que sua imagem profissional seja prejudicada e pretende buscar reparação.

“Lá eles descobriram que eu sou inocente. Depois de eu ter passado por todas essas coisas, foi que eles vieram ver que eu não tenho nada a ver com o caso. E isso aqui não pode se repetir com cidadão nenhum, com brasileiro nenhum. E eu não vou deixar isso impune de jeito nenhum, não vou”, diz.

Foto: TV Cidade Verde

Caso de Homonímia

Por meio de nota, o Tribunal de Justiça confirmou que o homem  preso por engano foi solto por não ser o procurado e que a liberdade na audiência de custódia se deu por um caso de homonímia. Na nomenclatura jurídica, homonímia é quando uma pessoa tem o mesmo nome de quem está foragido, mas os demais dados divergem.

Polícia Civil

Em nota, a Polícia Civil do Piauí informou que, no último dia 28 de março, em Teresina, deu cumprimento a mandado de prisão expedido pela Justiça, no qual constavam o nome completo e o CPF da pessoa que foi detida. Durante a audiência de custódia, a pessoa foi colocada em liberdade, uma vez que o mandado não se referia a ela, apesar de ter sido expedido em seu nome e CPF. No entanto, divergiam os nomes dos pais, restando claro que não era a pessoa a ser presa.

A Polícia Civil disse ainda que eventuais responsabilidades administrativas por parte da corporação serão apuradas pela Corregedoria.

Por Izabella Lima e Najila Fernandes / CidadeVerde

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