O senador Marcelo Castro (MDB), presidente estadual do partido no Piauí, minimizou os recentes atritos entre lideranças do MDB e do PT, ocorridos após declarações públicas sobre o espaço ocupado por cada sigla na base do governador Rafael Fonteles (PT). Para o senador, os conflitos fazem parte da dinâmica comum em alianças amplas e não ameaçam a unidade da base governista.
Na semana passada, o deputado estadual Henrique Pires, vice-presidente estadual do MDB, afirmou que o PT já ocupa “espaço demais” dentro do governo, o que motivou reação do deputado Francisco Limma (PT), que classificou a crítica como “isolada” dentro da coligação.
Marcelo Castro tratou com naturalidade a tensão gerada. “Esse problema, esse conflito, assim, às vezes, isso é natural. A nossa base do governo é uma base muito ampla. Nós somos aproximadamente uns 10 partidos que fazem parte da base do governador Rafael Fonteles… sempre haverá em qualquer governo, seja esse ou outro, governo de coalizão, sempre algum partido vai achar que o outro está com mais força ou com menos força. De certa forma é natural essa discussão e essa busca de um maior espaço, isso faz parte da luta política saudável, legítima, isso é natural”, afirmou.
Questionado se o MDB está sendo deixado de lado na composição política para 2026 após saída de Themistocles Filho com a indicação a vice de Rafael, Marcelo evitou o termo “mal contemplado”, mas admitiu que a legenda perdeu espaço após a sinalização de que o PT indicará o nome para a referida vaga na próxima chapa majoritária.
“Eu não usaria a expressão ‘mal contemplada’ mas hoje o MDB tem dois espaços na chapa majoritária que é o cargo de vice-governador e o cargo de senador. Pelo visto, o governador comunicou ao vice-governador Themistocles Filho que o vice será do PT. Então, evidentemente que o MDB perde espaço”, descreveu. Segundo o senador, o momento é de cautela, mas o partido pretende tratar do assunto diretamente com Rafael Fonteles.
“O MDB está deixando a poeira sentar, nós vamos nos reunir com mais calma e depois vamos conversar com o governador. Evidentemente que vamos levar, de uma maneira muito franca, muito leal, com muita amizade e com muito respeito ao governador a posição do partido”, relatou.
Federação com Republicanos não afeta aliança estadual
Marcelo Castro também comentou sobre as articulações nacionais envolvendo o MDB e o Republicanos, mas garantiu que essas tratativas não devem interferir na composição política no Piauí. Segundo ele, a chamada “fusão cruzada”, estratégia de aliança entre MDB e PSD, seguirá sendo a prioridade para as eleições de 2026 no estado.
“Acho que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Aqui no Piauí, a tendência nossa sempre foi de manter a fusão cruzada que nós fizemos na eleição passada. Já há uma declaração a favor disso do MDB, do PSD e, sobretudo, do governador Rafael Fonteles, que trabalha firmemente para a gente manter essa fusão cruzada”, finalizou.
Fonte: O Dia
