Mais de 40 corpos de pessoas não identificadas permanecem de forma irregular no Instituto Médico Legal (IML), zona Sul de Teresina, por falta de caixões para que sejam enterrados. O diretor do Instituto, Janiel Guedes, diz que um outro ponto agrava o problema e prejudica moradores da região: duas geladeiras que conservam os corpos tiveram problemas e o mau cheiro tomou conta do bairro.
Ele explica que faltam repasses para o Instituto conseguir arcar com as despesas dos caixões para o enterro. Isso porque as pessoas não foram identificadas e não há famílias que possam se responsabilizar pela situação.
“Cada caixão custa em média R$ 200, mas aí multiplica-se por 40 corpos, dá uma quantia elevada, não temos esse dinheiro, temos tido poucos repasses, em um ano foram enviadas quantias apenas quatro vezes. A última repassada, de R$ 14 mil, nós usamos no conserto das geladeiras, que começaram a apresentar problemas. Ela precisam estar a 0° C, para congelar os cadáveres, mas algumas estavam ficando a 6° C. Por isso o mau cheiro está tão ruim”, explicou.
Moradores das quadras 80 a 83 do bairro Saci, zona Sul de Teresina, reclamam do mau cheiro que sai do Instituto. Na noite desta sexta-feira(03), eles tiveram que fechar portas e janelas ainda mais cedo por não aguentarem o fedor que tomou de conta das ruas próximas.
Um casal de moradores, que não quiseram se identificar, dizem que o mau cheiro é frequente e que nesta noite mal conseguiram dormir. A aposentada Rosária Oliveira afirma que chegou a passar mal.
O diretor explicou que a situação já foi resolvida e que os técnicos têm feito faxinas e limpezas no local para tentar minimizar o mau cheiro e que a situação deve normalizar dentro de alguns dias. Ao todo, são 11 geladeiras que armazenam os corpos e duas apresentaram problemas. Segundo ele, o problema das geladeiras já foi resolvido. No momento, ele afirmou que busca soluções para realizar o enterro dos corpos.
Maria Romero e Caroline Oliveira / Cidade Verde