Em meio às articulações da base governista para a formação da chapa majoritária de 2026 no Piauí, o deputado federal Flávio Nogueira (PT) defendeu de forma enfática que o Partido dos Trabalhadores deve disputar uma das vagas ao Senado Federal. Em entrevista, o parlamentar ressaltou sua opinião contrária à deliberação inicial do governador Rafael Fonteles (PT), que no início deste ano apontou os nomes de Marcelo Castro (MDB) e Júlio César (PSD) como os principais pré-candidatos da aliança.
Para Flávio Nogueira, a presença de um senador petista no Congresso Nacional é uma necessidade política e estratégica diante do atual cenário de tensionamento nas votações de projetos importantes para o governo Lula.
“O PT sempre quis que o estado do Piauí nas próximas eleições, o PT nacional e também o daqui, que tenhamos um senador eleito pelo partido. É quase uma necessidade. O parlamento precisa muito de parlamentares petistas”, declarou o parlamentar.
Ele citou como exemplo as dificuldades enfrentadas pelo governo na votação do projeto de anistia, que ganhou urgência com o apoio de partidos aliados que, segundo ele, não se comportam como tal.
“Veja agora o que está acontecendo sobre o projeto da anistia. O governo está com dificuldades e aliados com cargos e com ministérios estão botando banca. Aliás, eles assinaram o projeto para que seja votado com urgência. O PT não faz isso […]. Então é por isso que nós devemos ter um senador do Piauí que deve estar acompanhando o PT, discutindo pontualmente alguma coisa, mas os projetos que são mais importantes que vai ter o aliado dizer que não possa fazer. Isso é negar o apoio”, declarou.
Sobre a formação da chapa governista, Flávio Nogueira questionou a hegemonia do MDB e do PSD na disputa pela vaga ao Senado e defendeu que o PT também tem legitimidade para pleitear o espaço.
“Nós temos a possibilidade dessa coligação, um arranjo, que a coligação é apelido, pois hoje isso não existe mais. Os partidos aliados são esses, PSD, PT e MDB. Vamos estar na chapa. O PT deve pleitear também a vaga ao Senado. Por que não? Por que só eles tem que pleitear? Isso é uma democracia, isso é um jogo político e aberto, né? O PT sempre foi um partido democrata, e portanto em nome dessa democracia que tem que sentar à mesa e estar vendo como nós vamos estar dividindo esses cargos. Os cargos para pleitear no voto as eleições. Não é assim: ‘é você que vai ser e pronto’. Não tem isso não. Tem que ir pro campo. Então o PT justamente está reivindicando isso pelas vias que eu já estou mostrando”, afirmou.
O parlamentar ainda rebateu a postura do deputado federal Júlio César (PSD), que condicionou sua posição sobre a anistia à deliberação do presidente nacional do partido, Gilberto Kassab. Para Flávio Nogueira, o PSD nacional não tem acompanhado o governo federal e, por isso, sua permanência na chapa deve ser reavaliada.
“Eu vi que com 23 assinaturas o PSD é a favor da anistia. Mas como é que fica a montagem da chapa do próximo ano? Não só aqui não e sim em todos os estados. Você vê que o PSD não vai ficar com a gente. Tem muitos partidos que ficam. Agora esse que tem ministério, não só o PSD, portanto estou dizendo inclusive, não ele, não está, portanto, ao lado do PT nessa luta que nós temos na anistia. E como é que quer participar da chapa? E como é que quer participar do governo ainda? Então para mim tem que ter pouquinho de coerência, pelo menos a mínima possível”, ressaltou.
Flávio Nogueira finalizou afirmando que a decisão sobre o assunto não será local, mas partidária.
“Acho que isso está bem explicado. Isso é um plano nacional do PT, A sigla é nacional e nós aqui pertencemos ao partido e ele é um todo. Então nem reside lá e nem aqui a definição dessa chapa. Então vai ser dessa maneira que o partido funciona e vai continuar a funcionar ao longo do tempo”, concluiu.
Fonte: O Dia