A Polícia Civil do Piauí finalizou o inquérito sobre a morte de Karita Joara de Lima Santos, de 35 anos, encontrada morta em sua residência no bairro São Pedro, zona Sul de Teresina, no dia 26 de setembro. Maria do Perpétuo, que teve um relacionamento com a vítima por três meses, foi indiciada por feminicídio e fraude processual, após evidências apontarem que ela teria forjado um suposto suicídio.
De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, titular do Núcleo de Feminicídio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os laudos cadavéricos e do local do crime foram fundamentais para esclarecer o caso.
“Diante de todas as diligências realizadas, inclusive o laudo cadavérico, foi confirmado que houve estrangulamento da vítima. Por isso, entendemos que houve a prática de feminicídio e também fraude processual, já que a suspeita inicialmente apresentou a versão de suicídio. Tanto os laudos do local quanto o cadavérico apontam para uma morte violenta por meio de estrangulamento”, explicou a delegada.
A delegada informou que as lesões encontradas no corpo da vítima são incompatíveis com a versão apresentada por Maria do Perpétuo. Além disso, foi comprovado que apenas as duas estavam presentes na casa no momento do crime.
“Ela nos informou que apenas as duas estavam na residência, e análise das câmeras não identificou nenhuma outra pessoa no local durante o ocorrido. Outros indivíduos surgiram apenas após o relato da morte. Testemunhas, como vizinhos e familiares, também relataram um perfil psicológico da vítima que não condizia com a narrativa de suicídio apresentada pela suspeita. Os laudos foram cruciais e mostraram lesões compatíveis com luta corporal, mas não com enforcamento seguido de queda”, destacou Nathália Figueiredo.
A delegada informou que, devido ao prazo processual de dez dias após a prisão preventiva de Maria do Perpétuo, não foi possível aguardar a conclusão do laudo toxicológico. O documento será remetido ao Poder Judiciário assim que estiver concluído.
“Cumprimos a prisão preventiva da suspeita na semana passada, e o Código de Processo Penal nos dá um prazo de dez dias para finalizar o inquérito. Por isso, não tivemos tempo hábil para esperar o laudo toxicológico. No entanto, ele será enviado ao Ministério Público para análise, e o órgão poderá considerar as informações posteriormente”, concluiu Nathália Figueiredo.
O caso, agora, segue para o Ministério Público, que avaliará os documentos e decidirá sobre a denúncia.
Entenda o caso
Karita Joara de Lima Santos foi encontrada morta dentro de casa no dia 26 de setembro. A companheira, Maria do Perpétuo, estava com ela e alegou à polícia que encontrou Karita enforcada no local. As duas estavam juntas há cerca de três meses.
Inicialmente, o caso foi tratado como suicídio, mas o laudo cadavérico revelou que a vítima foi assassinada de forma violenta por estrangulamento.
No dia 27 de novembro, Maria do Perpétuo, companheira da vítima, foi presa sob suspeita de homicídio qualificado. As qualificadoras incluem feminicídio, meio cruel e fraude processual. Na semana passada, a prisão dela foi convertida em preventiva.
Segundo a delegada Nathália Figueiredo, apenas Karita e Maria estavam na residência no momento do crime. A relação do casal era descrita como conturbada, com constantes discussões, segundo relatos de familiares e vizinhos. Ambas trabalhavam na mesma empresa, e colegas também confirmaram os frequentes desentendimentos.
Fonte: CidadeVerde