Nas últimas semanas, ganhou destaque nas redes sociais a disputa entre o governo federal e o Congresso Nacional pela perspectiva de que o parlamento busca proteger os interesses da elite econômica do país. O gatilho foi a derrubada do aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras, que o governo aproveitou – pela primeira vez – para mostrar o interesse do congresso em proteger o andar de cima.
A presença de Hugo Motta em um jantar com a elite empresarial do país e sendo chamado de herói por João Dória deram à narrativa que o governo federal aproveitou para viralizar nas redes o discurso do “nós contra eles”.
A luta de classes é um tema que chama atenção desde que o mundo é mundo. Não é à toa que Karl Marx segue sendo amado – ou odiado – quanto o assunto é modelo econômico.
No entanto, é preciso chamar a atenção para um cenário que só ocorre no Brasil – pelo menos nessa proporção. Enquanto as 10 maiores empresas dos Estados Unidos e as 10 principais da União Europeia são do setor efetivamente produtivo, no Brasil, dentre as 10 maiores empresas, seis são instituições do setor financeiro – leia-se os bancos – que lucram a partir do financiamento de dívidas (juros) contraídos por pessoas físicas e jurídicas.
Não há justificativa plausível para manter uma taxa de juros “básica” na casa dos 15% no Brasil. A principal consequência dessa política garantir recorde de lucros dos brancos brasileiros.
Uma prova é que em 2024, Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Santander e Bradesco tiveram juntos R$ 108 bilhões de lucros líquidos.
Fonte: O Dia