O roubo de um veículo na cidade de São Paulo está repercutindo nas redes sociais não pelo crime em si, mas pela carga que foi roubada junto com ele. O carro transportava fontes radioativas quando foi levado pelos suspeitos e, se os recipientes onde elas estavam acondicionadas forem abertos, podem causar danos à saúde das pessoas e ao meio ambiente.
A situação inspira cuidado, o que fez o Governo Federal lançar uma nota na sua página oficial alertando a população sobre os perigos de manipular os recipientes com carga radioativa.
“Esclarecemos que o material radioativo furtado com o veículo está acondicionado em embalagens de chumbo que o blindam e evitam qualquer radiação para o ambiente. No entanto, a manipulação inadequada pode vir a causar danos à saúde. Por esse motivo, alertamos a população para, caso encontro o material radioativo, mantenha distância segura e contate imediatamente o CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear)”, diz a nota.
O CNEM pode ser acionado pelos telefones (21) 98368-0734 ou (21) 98368-0763. A polícia também pode ser chamada caso alguém encontro as cargas.
No momento em que foram roubados, os recipientes com material radioativo estavam sinalizados com o símbolo internacional de radiação ionizante. Veja abaixo as imagens que o Governo Federal divulgou.
O que é a radiação ionizante
A radiação ionizante é toda forma de radiação que carrega energia suficiente para arrancar os elétrons dos átomos. Quando interage com o corpo humano, ela pode levar a mutações celulares e até ao surgimento de câncer. Os efeitos dependem do tempo de exposição à fonte, da quantidade de radiação absorvida e da intensidade da fonte emissora.
Em um primeiro momento de contato com a radiação ionizante o indivíduo pode sentir náuseas, fraqueza, perda de cabelo, queimaduras na pele e perda de funções org
A fonte de radiação ionizante artificial é amplamente usada na Medicina em procedimentos clínicos como exames de tomografia, Raio-X e radioterapia.
Acidente com Césio 137
Esta não é a primeira vez que uma fonte radioativa está no centro do debate público no Brasil em razão dos riscos que oferece se mal manipulada. Em setembro de 1987, o país registrou um dos piores acidentes radiológicos da história mundial: o Césio-137. Naquele ano, dois catadores de materiais recicláveis encontraram uma cápsula contendo Césio-137 dentro de um equipamento abandonado em um hospital desativado na cidade de Goiânia.
Sem saber dos perigos, os catadores abriram a cápsula e se expuseram diretamente à carga radioativa. Os dois levaram o césio para casa, curiosos pela luminescência que o material tinha: uma cor azulada brilhante. Parentes e conhecidos dos catadores também tiveram contato com a fonte radioativa e o incidente resultou em várias mortes e centenas de casos de contaminação por Césio-137.
Fonte: O Dia
