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28 de junho de 2025
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Agente conta que foi refém do PCC e diz que gerentes de presídios são ameaçados

A Secretaria Estadual de Justiça não reconhece, mas agentes penitenciários afirmam que facções criminosas atuam no sistema prisional do Piauí. Um agente, que prefere não se identificar, em entrevista à TV Cidade Verde, revelou que já foi feito refém por presos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante uma rebelião.

O agente penitenciário também garante que gerentes da unidades prisionais do Estado são ameaçados constantemente pelos detentos integrantes de facções criminosas e que, inclusive, a Sejus reforçou a segurança pessoal dos diretores.

“Fui feito refém e o Primeiro Comando da Capital disse que só não ia matar um a um caso o Estado atendesse às reivindicações que eles pleiteavam. Eles queriam ser transferidos para seus Estados de origem. Depois dessa rebelião eles conseguiram o queria, que foi a volta para seus Estados. Os gerentes são ameaçados e a Sejus deu segurança a eles com policiais armados tanto dentro do presídio como fora, na sua vida pessoal”, conta o agente penitenciário.

A discussão sobre a  atuação de associações criminosas no sistema prisional do Estado veio à tona após mapeamento do Serviço de Inteligência do Governo Federal revelar que o Piauí tem a presença das facções: PCC, Bonde dos 40, Primeiro Comando de Esperantina, Primeiro Comando de Campo Maior e Facção Criminosa de Teresina.

Também de acordo com levantamento divulgado no sábado (7) pelo O Globo, o Piauí integra um grupo de cinco Estados localizados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do país que tem classificação tensa na rotina nos presídios. A Sejus admitiu que a situação no sistema prisional é estável, mas que estava em alerta contra possíveis conflitos como os ocorridos no Amazonas e Roraima.

O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, José Roberto, afirma que no presídio de São Raimundo, detentos membros de facções estão fazendo “trabalho de batismo” de presos para arregimentar seguidores.

A secretaria Estadual de Justiça  reforçou que não reconhece  atuação de organizações criminosas dentro da unidades prisionais do Estado e diz que “por uma questão de segurança não irá mais se pronunciar sobre o assunto”.

A Ordem dos Advogados do Brasil- seccional Piauí-  diz  que não tem conhecimento da atuação das facções no Estado,  mas defende que a abertura de novas vagas no sistema prisional não é  suficiente para evitar possíveis conflitos.

“É preciso investimento no setor de inteligência para monitorar  pessoas que podem liderar conflitos e  diminuir da população carcerária”, analisou o vice- presidente da OAB-PI, Lucas Villa.

‘Estado perdeu comando’

No inicío desta semana, o  conselheiro Norberto Campelo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), fez um desabafo durante entrevista ao Jornal do Piauí. Para ele, o Estado perdeu o comando do sistema prisional no país.

“Dizer que as facções criminosas ainda não chegaram ao Piauí, eu acredito que não é uma informação correta na minha concepção. A gente tem conhecimento de facções no Piauí e elas estão se tornando inclusive internacionais. Essas informações já existem e o problema se tornou ainda mais complexo e de difícil solução”, afirmou Noberto Campelo.

Izabella Pimentel (com informações da TV Cidade Verde)

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