23.3 C
Jacobina do Piauí
1 de julho de 2025
Cidades em Foco
DestaqueGeral

Exames confirmam casos da variante Ômicron do coronavírus no Piauí

Ômicron testa sistema de saúde brasileiro - reprodução G1

Exames confirmaram a circulação da variante ômicron do coronavírus no Piauí. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (3) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi).

Os primeiros exames foram feitos através do Laboratório Central de Saúde Pública Dr. Costa Alvarenga (Lacen), que confirmou nesta que as variantes Ômicron e Delta estão circulando no Piauí, com a possível predominância da Ômicron. Os exames de sequenciamento genômico para detectar as variantes do Sars-Cov 2 foram feitos no próprio Lacen e validados pelo Ministério da Saúde, através da CGLab.

Dominante no estado

Os técnicos do Laboratório Central analisaram oito amostras de pacientes das cidades de Teresina e Pedro II. Foram identificadas duas linhagens diferentes do Sars-Cov 2 no estado: a variante Delta B.1.617.2/AY e a variante Ômicron B.1.1.529/BA. Das oito amostras, cinco são de Teresina com a Ômicron e três Delta, sendo duas de Teresina e uma de Pedro II.

Segundo o Superintendente de Atenção à Saúde e Municípios, Herlon Guimarães, foram feitos apenas oito sequenciamentos porque era o treinamento da equipe para a utilização do equipamento novo do Lacen.

“A partir de agora, já podemos fazer numa quantidade maior. Mas já é sugestivo falar que a variante Ômicron é predominante no Estado”, afirmou.

O sequenciamento genético completo é o teste capaz de determinar com precisão a linhagem do vírus.

Maior transmissibilidade aumenta importância da vacina

Segundo análise da Sesapi, a variante Ômicron é mais transmissível que a variante Delta, mas aparentemente menos grave que outras ondas, sobretudo por conta da grande cobertura vacinal no Piauí, que possui 77,31% da população totalmente imunizada. O estado ocupa o segundo lugar nacional entre os estados que mais vacinaram e o primeiro lugar no Nordeste.

“É importante destacar que os quadros de Covid têm sido leves, mas temos milhares de piauienses com a segunda dose atrasada e outros que não retornaram aos postos de saúde para a dose de reforço”, afirmou o secretário de Saúde, Florentino Neto.

“Se as pessoas não buscarem as vacinas que estão disponíveis nas unidades de saúde, novas variantes vão surgir e casos mais graves vão acontecer”, completou.

Segundo ele, nesse cenário de transmissibilidade da ômicron, a importância da vacinação ganha ainda mais sentido.

“A variante ômicron está conseguindo contaminar de forma recorrente até mesmo as pessoas que já estão vacinadas. Mas, mesmo que a vacina não nos deixe livres da infecção, a doença em não vacinados tem um impacto muito mais grave”, frisa Florentino.

Por que o estado demorou a confirmar casos?

Sindicato dos Trabalhadores da UFPI, localizado na Zona Leste de Teresina, funciona como Centros de Testagem para Covid (CTC) — Foto: Ilanna Serena/g1

Sindicato dos Trabalhadores da UFPI, localizado na Zona Leste de Teresina, funciona como Centros de Testagem para Covid (CTC) — Foto: Ilanna Serena/g1

O Piauí ainda não tinha divulgado casos de ômicron no estado, embora a nova variante da Covid-19 seja prevalente em quase 100% dos casos no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.

Os registros da doença em piauienses têm aumentado assustadoramente neste primeiro mês de 2022 e, pelo grau de contaminação, especialistas já arriscam dizer que são causados pela ômicron. Porém, oficialmente, as autoridades em saúde ainda não registraram casos com a variante no estado.

O infectologista Carlos Henrique Nery Costa afirmou que pela experiência internacional, a variante se torna dominante rapidamente, por isso acredita que 90% dos casos no estado são da nova variante. E alerta que ela, apesar de se apresentar mais leve também pode causar morte.

“Os sintomas da ômicron tendem a ser mais no sistema arbor respiratório superior, atingindo mais a garganta e o nariz e menos pulmonar, embora também tenha lesões pulmonares. Ela está aparentemente mais branda, em grande parte devido ao fato das pessoas estarem vacinadas e consequentemente mais protegidos de casos graves e da imunidade natural adquirida com a variante delta, por isso há essa falsa impressão de ser mais branda”, explicou o médico e pesquisador.

Apesar de não confirmar categoricamente, Carlos Henrique Costa, destaca que de forma geral, pode ser dizer que os sintomas são compatíveis com a Covid e essa “leveza” possa ser relativa à presença da ômicron.

“Supõem-se que devido à menor agressão, à menor virulência seja a ômicron e também por causa da proteção devido à vacinação. Mas ela tem um caráter muito desafiador”, destacou.

G1 PI

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais