32.2 C
Jacobina do Piauí
26 de junho de 2025
Cidades em Foco
Campo Alegre do FidalgoGeral

83,7% das mulheres grávidas afirmam que o calor afeta o bem-estar, seu e do bebê

Mulher Grávida - Foto: Reprodução/Freepik

Teresina é considerada uma das cidades mais quentes do país. Entre os meses de setembro a dezembro, os termômetros chegam a registrar temperaturas que podem ultrapassar os 40º C. Esse período é conhecido como B-R-O-Bró e exige que a população tenha uma atenção redobrada com a saúde e a hidratação.

Pesquisadora especialista em educação baseada na natureza e relação bio-diversas, como foco em sustentabilidade e na regeneração ambiental, a bióloga Carol Maciel esteve em Teresina e destacou os inúmeros trabalhos que têm realizado na área do meio ambiente. Dentre seus estudos, destaca-se a pesquisa que analisa os impactos do calor extremo nas crianças e nas gestantes. A pesquisa é pioneira, sendo Teresina a única cidade das Américas a investigar esses impactos, e faz parte da Agenda 2030 de Teresina, no qual o poder público e a sociedade elaboram metas para o desenvolvimento sustentável da capital.

“Essa pesquisa é muito interessante e inovadora, e olha para como o clima tem impactado mulheres gestantes, desde o primeiro ao último mês de gestação, e bebês na primeira infância, que vai até os seis anos de vida. O meu olhar é identificar quem são essas mulheres e essas crianças, onde elas moram, quais soluções podemos ter, seja no âmbito governamental, seja de capacitação de profissionais de saúde e em como a população vê isso. O calor, muitas vezes, é normalizado, mas isso precisa ser discutido em família, pois impacta na vida da mulher e do bebê que está na barriga dela”, comentou.

Segundo ela, a pesquisa demonstra não somente os desafios enfrentados por esse grupo da população, mas, sobretudo, em como a crise climática é palpável e que precisa de soluções, ouvindo, em especial, as pessoas diretamente afetadas e que vivem nesses territórios mais impactados.

A pesquisa, vinculada à Secretaria Municipal de Planejamento e Coordenação e desenvolvida em parceria com o Fundo de Populações da Organização das Nações Unidas, foi divulgada em dezembro de 2024 e revelou que 83,7% das mulheres afirmaram que o calor afetava seu bem-estar de forma negativa. Ainda segundo a pesquisa, 66% das mulheres relataram sentir desconforto frequente por conta do calor e 44% disseram que enfrenta uma intensidade extremamente alta de calor.

Ao todo, 89% das entrevistadas declararam que o calor impacta sua saúde física, com 82,24% afirmando que tem piorado os sintomas de cansaço ou fadiga e para 50,61% aumentou a dificuldade de respirar. Elas relataram ainda que percebem que o calor afeta seus bebês: entre as que notaram o bebê mais agitado, apresentaram como sintomas físicos o cansaço (92%) e dificuldade de respirar (63%).

De forma espontânea, as gestantes manifestaram os sintomas relacionados ao calor que as levaram a procurar o médico como: assaduras no corpo, falta de ar, dermatite, coceira, mal-estar, dor de cabeça, insônia, confusão mental, enxaqueca, pressão baixa, sangramento no nariz e piora na ansiedade.

Ainda sobre sintomas físicos, 37% das entrevistadas apresentaram algum tipo de infecção no trato uroginegológico durante a gravidez e 75% acreditam que os sintomas foram agravados pelo calor.

Fonte: O Dia

Notícias relacionadas

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Se você está de acordo, continue navegando, aqui você está seguro, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia mais